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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

As peras e o tempo

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Certa vez uma amigo me disse que não ligava para as memórias, para o passado. O que vale é o momento presente, segundo sua visão de mundo. Não importava - para ele - se eram momentos bons ou ruins a serem deixados para trás. Eles tinham que ficar lá e nada mais. Esse "nada mais" é o xis da questão. Há filosofias, talvez a budista, que podem dizer algo semelhante. Não sei. E tem, talvez, os existencialistas. Fiquei sem esboçar reação diante daquela declaração. Estaria ele correto? Serviria tal proceder uma matéria para reflexão a ser  aplicada em minha própria vida? Faz tempo desde esta declaração, mas eu nunca esqueci. Ele provavelmente já. Aliás, como faz muito tempo que não o vejo, deve ter até esquecido de mim também. Nunca me pareceu ser uma pessoa infeliz ou com algum problema psicológico, o que pode depor a favor de seu estilo de "esquecimento de tudo", sempre seguindo em frente. Eventualmente me recordo disso quando lembranças afetivas me incorrem. O

O Pitoresco Caso do Ombro Congelado

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Ele chegou cedo na clínica de fisioterapia. Por volta das 8 h, conforme estava marcado. Estranhou o fato de não ser sua fisioterapeuta que o estava aguardando. "É aniversário da filha dela", disse a substituta. Ok, vamos lá. Fazia algum tempo que estava com um problema no ombro direito. Depois de três ortopedistas e mais três exames de imagem, o diagnóstico foi de "capsulite adesiva". Estranhou o nome. "Pode chamar também de ombro congelado" informou um dos médicos. Essa denominação não melhorou muito a percepção de estranhamento. Parece que inventam novas doenças três vezes por semana. "Uma inflamação de causa desconhecida que regride com o tempo, fique tranquilo, mas tenha paciência e siga o tratamento". O médico receitou um remédio. Ele leu a bula. Era para psicose, surtos, etc. Atuava no sistema nervoso central. "Doutor há algo errado. Me receitou um medicamento que não tem nada a ver. Eu não estou alucinado. Pelo menos por enquan

O meu Carnaval e The Walking Dead

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Não é de hoje que dizem que carnaval é a "festa da carne". Com a picanha maturada custando mais de R$ 40 o quilo concluímos que trata-se de um evento chique, para poucos, considerando a crise econômica. Uma foto postada mostra dois produtos lado a lado em uma drugstore : uma lata de leite em pó especial para crianças com menos de 1 ano (R$ 50) e um envelope de camisinhas (R$ 1,50). Há diversas versões e preços. A cruel comparação indica qual a obvia melhor opção econômica, mesmo não sendo a ideal em termos de prazer momentâneo. Mas evita os chamados "filhos do carnaval", nascidos nove meses depois da folia de Momo. E de quebra garante uma proteção extra para a saúde, sobretudo no esquema "ninguém é de ninguém', no vale tudo do MMA de fevereiro. Piadas e considerações infames à parte, a maioria brinca o carnaval sem a suposta necessária trilogia "Sexo, Drogas e Rock'nRol". Talvez "Beijos, Cervejas e Samba" soem mais light e ad

Sobre hoje de manhã

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Ouvir rádio no carro já não é mais um hábito que cultivo. Eu e quantos mais? Com o pendrive "espetado" direto na entrada USB, a busca por uma boa emissora musical ficou no passado. E, além do pendrive , tem a entrada para cartão de memória e o bluetooth , que se conecta com as músicas do Smartphone . Sem esquecer conexões auxiliares e os CDs, que ainda uso. Quem precisa de rádio para ouvir música? Até porque está cada vez mai difícil achar boas programações nas emissoras FM das cidades. No entanto, uma surpresa me estava reservada nessa manhã. E tem a ver com memória afetiva. Acordei cedo, por volta 06:30 h. Eu consideraria isso tarde há alguns meses, quando era despertado cruelmente às 04:40 h, de segunda à sexta, para o trabalho. Escapei dessa rotina. Tinha horário marcado com a Fisioterapeuta, às 8:00 h, para uma avaliação de um problema no ombro direito que a medicina carinhosamente batizou de "capsulite adesiva" ou algo parecido. Os movimento