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Outono, Quarentena e o Número 65

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Houve um tempo em que não havia Internet. O venerável prof. Google, hoje onipresente, nem tinha nascido. As pessoas não lembram disso mas juro que existiu essa época. Sim, eu vivi aqueles tempos. Daqui a pouco vocês saberão a minha idade. Confessarei. Se precisasse pesquisar algo para satisfazer sua necessidade de estudos ou curiosidade tinha que se dirigir a um ambiente fechado chamado Biblioteca, onde existiam centenas de volumes em papel chamados livros. Aqueles que tinham nascido em berço esplêndido tinham em casa um patrimônio chamado enciclopédia, arqueologia pré www. A mais famosa era a Barsa que custava uma pequena fortuna. Em uma dessas antigas eras me lembro que andava curioso sobre este período do ano que estamos atravessando. Quaresma. Não necessariamente o significado religioso mas esta medição de quarenta dias depois do quarta-feira de cinzas, além do nome. Porque 40? A igreja esperava a LIESA (olhem no Google para saber o que é isso!) marcar a data do carnaval para fazer

WD-40

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Fortunaro é um militar reformado. Não ficou muito tempo no Exército. Depois de alguns anos foi afastado por problemas médicos que ele nunca quis se aprofundar. Gosta de assistir o noticiário político pela Joven Pan, que ele assina pagando R$ 20,00 para um cara de um bairro próximo. Aos 45 anos sabe que precisa fazer atividade física, cuidar da saúde. Para isso ele caminha diariamente às 5 da tarde até o Bar do Suvaco que fica a uns 500 metros de casa. Lá ele pede uma dose de cana que mistura com energético. Mas não uma dessas marcas importadas tipo Red Bull ou Monster. Ele não confia nelas. Pela Internet descobriu uma nacional confiável, fabricada em Belfort Roxo. Todo mês chega pra ele 10 garrafas pet de 2 litros, reaproveitadas de refrigerante. Refrigerante ele não bebe porque soube pelo WhatsApp que eles usam fetos para dar sabor. Então ele caminha os 500 metros com a garrafa debaixo do braço e lá mistura meio a meio, copo cheio. Conversa uns 30 minutos com o Suvaco e volta pra casa

Rindo com o nome dos Blocos de Carnaval

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Em tempos politicamente corretos mas, paradoxalmente, de realidade bem diferente disso (no que se refere ao que temos visto por aí no dia a dia) a irreverência bem humorada do Carnaval resiste, mesmo que em pequenos blocos regionais. Me refiro ao aproveitamento das oportunidades que a língua portuguesa oferece na questão do duplo sentido, ironia e ambiguidades. Passei um tempo pesquisando esses nomes e não resisti em fazer uma pequena lista. Existem centenas de outros Brasil afora. Vamos rir com alguns deles: Amoribunda (SP) Arriano Suassunga (SP) Ritaleena (SP) Casar, Que Nada (SP) Quem matou Odete Roitman? (SP) Siri Com Cãibra (Rio das Ostras, RJ) Imprensa que eu Gamo (RJ) Se Comi, Não Lembro (Niterói, RJ) Largo do Machado, Mas Não Largo Do Copo (RJ) Antes Aqui Que Na UTI (Olinda, PE) Só o Cume Interessa (Urca, RJ) Trema na Lingüiça (RJ) Balança Meu Catete (RJ) Se Não Quiser Me Dar, Me Empresta (Ipanema, RJ) Encosta que Cresce (Brasília, DF) 50 Tons de Pinga (SP) Acadêmicos da Ursal

O Cliente Insuportável

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Sei que alguns de vocês profissionalmente tem o privilégio (essa palavra poderia ser entre aspas, se é que me entendem) de lidar diretamente com o público. Clientes do seu trabalho.  Isso poderia ser um mar de rosas, mas sabemos que não é bem assim. É que tem um percentual - que pode não ser pequeno, diga-se de passagem - que é formado por pessoas chatas. E é fato que o cliente na maioria das vezes não tem razão. Ok, precisamos aturá-los, jogar com a psicologia, controlar nossa ânsia de mandar alguns deles para os quintos dos infernos, o que seria um tormento para o capeta. O que disse acima é só entre nós, claro. Qualquer coach de Internet vai recomendar o óbvio, que é preciso encantar o cliente, pois dele sobrevive nosso negócio ou nosso emprego e blá, blá, blá... Além disso nós, que também somos clientes, já ficamos inúmeras vezes impacientes. Neste caso sempre temos razão, não é mesmo? Já escrevi neste espaço algumas impressões sobre determinadas músicas. Foi assim com " Year

As agruras para ver um Beatle (ou: Let It Be...)

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Meados deste ano que vai se findando. Meus filhos me avisam: o Paul vem aí! Respondo com decepção: não vai dar, as contas estão apertadas. Minha filha não se conforma. Tá brincando? É provavelmente a última chance de vermos um Beatle e esse sempre foi um dos seus sonhos que eu disse que iríamos cumprir . Bem, os ingressos até que não estavam exorbitantes sobretudo os mais baratos. Considerando que eu poderia comprar "meia idoso". E ainda dividiam. E as passagens? Estou no Norte Fluminense a uns 300 km do Maraca. A filha de novo: todo mês a empresa lança promoção de 50%, vamos ficar de olho. Ingressos na mão, passagens compradas, chega dezembro. Aviso: as contas pioraram. Vou vender ingresso e passagem! Mais agruras. Mais insistencia dos filhos. Dane-se o Perú de Natal e o espumante do Reveillón, vamos ver o Beatle e apertar (mais) em outras coisas ! Havia outra questão: minha esposa havia feito cirurgia e eu só iria se ela estivesse restabelecida. Tudo ok, embora ela realment

Vestindo roxo no domingo

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Hoje, ao entrar na missa dominical matinal, dei um leve sorriso e me lembrei de um fato que não tinha nada a ver. Uma notícia publicada pelo site UOL há mais de dez anos reportava o seguinte fato: "Caetano Veloso estaciona no Leblon". E tinha uma foto dele se distanciando do carro. Tal fato insignificante virar notícia foi o gatilho de uma das primeiras memes da Internet brasileira, sempre lembrado pelos gaiatos de plantão. Hoje é o Segundo Domingo do Advento, principal momentos da Igreja, de preparo para o Natal. O Padre estava trajado com a cor representativa desta época, roxo. "A cor roxa é a cor do Advento, uma cor que não é para tristeza, mas nos chama à interiorização, reflexão e oração". Pois bem, ao me preparar para sair de casa, resolvi vestir uma camisa roxa, do mesmo tom do Advento. É claro que eu não me lembrava disso, mas ao entrar na igreja e me dar conta me perguntei se alguém ia reparar em tal fato: "olha, ele botou a cor do Advento, pra combina

Do Kiss à Taylor Swift

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Se vocês tem estranhado a intensa movimentação de fãs em torno de recentes shows internacionais, saibam que não estão sozinhos. Mas, calma. Para tudo há uma explicação. Ou tentativa. No caso do grupo mexicano RBD trata-se de memória afetiva de milhares de jovens adultos que eram pré-adolescentes ali na primeira metade da década de 2000. Eles eram personagens da telenovela "Rebelde", eleita pelo Portal Terra uma das 50 melhores novelas de todos os tempos. Não me perguntem quais são as outras 49, não pesquisei isso. Até porque a última novela que vi foi "Mulheres Apaixonadas", mas não tenho certeza. Lá se vão uns 20 nos que não acompanho mais o que chaman de teledramaturgia. Nada contra, é bom que se diga. O mais recente evento com um fanático séquito de jovens fãs é o da cantora pop Taylor Swift, com filas que varam a madrugada. Neste caso até com um evento trágico: a morte de uma adolescente no Rio, aparentemente por causa do calor, em uma clara demonstração da falt